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Estamparia sob demanda – Parte I

Profissionais apostam em modelo de produção que utiliza equipamentos garment print para suprir demandas personalizadas e em baixa escala

Sertec

Aliada da serigrafia pode ser usada na produção de amostras

Por: Amon Borges

A técnica serigráfica possui disseminação na indústria têxtil. Entretanto, essa técnica tem algumas desvantagens, principalmente quando voltada a produções em baixa escala ou personalizadas. Por exemplo, a pré-impressão serigráfica, por ser complexa, acaba inviabilizando a utilização da serigrafia em trabalhos mais exclusivos e em pouca quantidade.



Uma solução interessante, que vem ganhando espaço no segmento das estamparias, é a impressora digital do tipo garment print. Para pequenas tiragens, os produtores podem investir nesse tipo de equipamento, que imprime em diversos tipos de tecidos. Por fazer uso da tecnologia digital, o custo e o tempo gasto na etapa de pré-impressão são reduzidos, tornando viável, também, a produção de peça única com estampa exclusiva.



Essa alternativa, que diminui gastos e otimiza produções, não deve ser considerada uma substituta da serigrafia, mas uma aliada. Isso porque, com ela, há a possibilidade de ampliar negócios e conquistar novos clientes.



Estrutura

A quantidade de modelos de equipamentos garment print disponíveis no mercado é razoável. De tamanhos variados, suas dimensões se diferem, basicamente, em função do número de berços que cada modelo possui. Esta parte do equipamento também pode ser chamada de prancha, vestidor ou pallet. Segundo o gerente comercial da Camiseta Express, João Fabiano Martins, a quantia de berços pode variar de 1 a 12.



Alguns equipamentos podem ser colocados em cima de uma mesa, outros possuem bases destinadas à instalação de um computador (quando já não vêm com esse acessório de fábrica). Outro fator importante é a alimentação elétrica, que pode variar: de 110 V ou 220 V.



Cores e tintas

Para realizar as impressões, são adotadas as cores de processo CMYK. Mas se o tecido a ser trabalhado tiver uma coloração escura, é preciso usar tinta branca, a fim de preparar o material para receber outras tonalidades. Na maioria das máquinas, as tintas utilizadas são à base d’água.



Inicialmente, a tecnologia garment print foi desenvolvida para imprimir em tecidos de algodão. Com a expansão acelerada da demanda por personalização, outros tecidos foram inseridos no campo de atuação desses equipamentos: poliéster, piquet, dry fit, sintéticos, atoalhados, lycra, helanca e viscose. A formulação correta de tinta para cada tipo de tecido é fundamental:

• Corantes dispersos: para poliéster;

• Corantes ácidos: para poliamida (nylon), seda natural e lã;

• Corantes reativos: para algodão, viscose e linho;

• Pigmentos: para algodão e demais fibras.

O tempo e o método de cura da tinta variam de acordo com o material utilizado. No caso do algodão, a secagem pode ser feita ao ar livre ou agilizada com soprador térmico. Já para tecidos que apresentam maior dificuldade de secagem, o indicado é utilizar uma prensa térmica ou estufa.



Há muitas diferenças entre as tintas utilizadas em equipamentos garment print e as destinadas à serigrafia. Além de ser líquida, a tinta usada na impressora digital precisa ter pigmentos especiais com maior dispersão. Para um bom registro é importante que os pigmentos das tintas para impressão a jato tenham graus de pureza e de moagem bastante altos, a fim de passar pelas câmaras da cabeça de impressão.



Outra propriedade desse material é uma resina especial, conhecida como “ligante”, que evita o ressecamento precoce. Deve-se ficar atento também à ancoragem da tinta, para não haver falhas na impressão da imagem no substrato. Além disso, são necessárias 3 características para perpetuação da figura impressa: flexibilidade da tinta, boa resistência a lavagens e boa penetração no tecido.



Sistema de alimentação

Essas máquinas destinadas à área de vestuários possuem um sistema de alimentação de tintas similar ao das impressoras digitais de grande formato. É possível a utilização de cartuchos ou um sistema bulk ink (sistema de alimentação contínua).



O cartucho descartável é substituído por outro no momento em que acaba a tinta. Já o recarregável pode ser reabastecido. Recomenda-se fazer a reposição do conteúdo diretamente com o fabricante, pois estes trabalham com tintas próprias.



O sistema bulk ink é um pouco diferenciado. Os reservatórios de tinta que alimentam a cabeça de impressão são abastecidos por reservatórios auxiliares. Com isso, é fácil de substituir ou reabastecer esses recipientes, parecidos com pequenas garrafas.



Orientações de mercado


O processo de impressão digital, além de fornecer facilidades ao trabalho das estamparias já existentes, pode ser também uma opção para quem almeja a inserção no cenário de personalização de vestuário.



Este maquinário pode ser empregado, por exemplo, no ramo de estamparia de camisetas promocionais e de personalização de uniformes, por serem aplicações das quais se costuma fazer pequenas tiragens.



Outra situação na qual esse aparelho pode ser muito eficiente é na impressão de provas e amostras. Essa atitude tem como objetivo disponibilizar ao cliente uma amostra do trabalho que será feito. Dessa forma, a empresa só terá de investir no processo serigráfico depois da contratação do serviço. Entretanto, é importante ressaltar ao cliente que a peça se trata apenas de uma amostra, mesmo sendo muito parecido com o original a ser feito pelo método serigráfico.



E para fazer parte desse contexto, os fabricantes recomendam que a empresa iniciante disponha de alguns itens básicos, os quais viabilizariam a instalação do equipamento. Podemos destacar:

• Computador com configuração compatível à impressora;

• Operador com conhecimentos de programas gráficos como Photoshop, Coreldraw e similares;

• Soprador prensa ou estufa para a cura.



A evolução e o aumento da demanda permitiram a ampliação dos substratos com os quais as impressoras garment print se relacionam. João Fabiano ressalta alguns materiais que causam certo transtorno na hora da produção: “A dificuldade que existe é muito parecida com a da serigrafia. Aqueles tecidos importados, que vêm com muito amaciante, com resina, são mais complicados de se trabalhar. Então, basicamente, alguns problemas que você tem na serigrafia , aparecem na impressão digital também”.



Ao mesmo tempo em que estes equipamentos compensam quando trabalham em baixa escala, se a tiragem for grande, o custo de impressão por peça será muito maior do que na serigrafia.





Depois de conhecer os atributos físicos das impressoras garment print e como empregá-las, acompanhe na segunda parte dessa reportagem como operar a máquina. Veja também um balanço geral sobre a situação do equipamento no mercado.



[ Continua em: Estamparia sob demanda – Parte II ]



Fonte: www.gruposertec.com.br


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